CIRCULAR Nº 09 / 2024
Requisitos Bíblicos para a Escolha Ministerial
Caros irmãos, A paz de Deus.
Os irmãos escolhidos pelos apóstolos para o exercício ministerial eram homens idôneos, revestidos pelo Senhor de dons e de virtudes vindas de Deus.
Os requisitos necessários para ocupar o ministério de Ancião (bispo ou presbítero) ou Diácono nas igrejas de Cristo estão de forma clara e nítida apresentados na Palavra de Deus.
Ao analisarmos quais predicados e qualidades um Ancião deve possuir, percebemos que a Bíblia elenca virtudes de retidão de caráter e fidelidade a Deus, apontando a escolha para aqueles que possuem atributos próprios de quem nasceu de novo (João 3:3 e 1 João 3:9), e foi restaurado por Cristo; e iluminado pelo Santo Espírito:
“Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo”. (2Cor 4:6)
No tocante a essa milagrosa transformação espiritual que os fiéis convertidos experimentam, o apóstolo Pedro deixou-nos um bom exemplo, como se lê:
“Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam; e tinham conhecimento que eles haviam estado com Jesus”. (At 4:13)
Do Senhor provém o conhecimento e a sabedoria:
“Porque o Senhor dá a sabedoria: da sua boca vem o conhecimento e o entendimento”. (Prov 2:6)
O conhecimento religioso e/ou intelectual, por si mesmo, não é competente para capacitar o ministro de Cristo para a prática ministerial como o Senhor requer. Isso porque o conhecimento humano não é apto a ministrar dons nem virtude alguma, não sendo qualidades dependentes para a operação divina no plano da salvação. Acerca disso, testificou o apóstolo Paulo:
“A minha palavra, e a minha pregação, não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.” (1Cor 2:4 e 5)
Portanto, cabe individualmente, a cada integrante do Ministério, a busca pela santificação, pela consagração e pela aproximação com Deus, para que, revestidos da sabedoria e do poder divino, possam cumprir a missão no posto onde foram colocados por Deus. Os servos de Deus que buscam a consagração e santificação, perseveram na oração e vigilância espiritual, fazem a leitura constante da Bíblia Sagrada, sendo por ela instruído, a esses, o Espírito Santo capacitará com as qualidades e ferramentas necessárias, segundo consta na epístola do apóstolo Paulo:
“Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência”. (1Cor 12:8)
Temos confirmação divina dessa dispensação de dons espirituais profetizada e prometida ao presbitério devotado a Cristo:
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. (Ef 4:11 a 13)
Os dons são dispensados sem distinção de pessoas, pois todos fomos chamados e podemos ser qualificados para o serviço cristão, trabalhando para resgatar almas da perdição, levando-as a Cristo.
A Bíblia nos ensina a orar a fim de que sejamos cheios do conhecimento, da sabedoria e da inteligência espiritual, instruindo isso com as seguintes palavras:
“Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual” (Col 1:9)
Também está escrito:
“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; E qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder”. (Ef 1:17 a 19)
A Igreja de Cristo deve ser governada com auxílio dos dons do Espírito Santo, conforme atestam as ordens do apóstolo:
“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu como bons dispenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus: se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.” (1Ped 4:10 e 11)
São variados os dons do Espírito Santo, conforme se pode constatar nas seguintes leituras: (Mar 16; 1 – 1Cor 12:1 a 11 – Ef 1:17 e 4:8 – Heb 2:4 – At 2:38, 10:45 e 13:1 – 1Cor 12:28 – 2 Tim 1:11 e 1Ped 4:10)
- Dom de doutor — dispensação feita por intermédio do Espírito Santo, capacitando o ministro de Cristo com o conhecimento da Palavra de Deus.
- Dom de governo — dispensação feita por intermédio do Espírito Santo, capacitando o ministro de Cristo para governar a Igreja com luz e direção espiritual.
- Dom da Palavra da sabedoria, manifesto pela inspiração do Espírito Santo, de forma a expressar a revelação da Palavra de Deus ou a própria sabedoria do Espírito Santo, iluminando o servo de Deus como ele deve enxergar e tratar problemas ou entender certas situações.
- Dom da Palavra do conhecimento, qualificando o seu portador com mensagem inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, circunstâncias ou de verdades bíblicas.
- Dom de discernimento de espíritos, por intermédio do qual o Senhor capacita o seu portador para discernir se uma manifestação provém de Deus ou se trata de uma imitação do inimigo,
- Dom de revelação.
- Dom de novas línguas.
- Dom de interpretação de línguas.
- Dom de cura.
- Dom de operação de maravilhas.
- Dom de expelir espíritos maus.
- Dom de profecia, entre inúmeros outros.
Retomando aos requisitos bíblicos citados, às exigências doutrinais relativas ao despenseiro espiritual da Igreja do Senhor, encontramos registradas nas epístolas destinadas a Timóteo e a Tito, as dignidades necessárias, listadas a seguir:
- Que sejam irrepreensíveis: Que sejam homens que não mereçam censura ou que possam ser apontados como reprovados em suas condutas nos campos moral, familiar e social.
- Que sejam vigilantes: Que sejam cuidadosos, atentos, zelosos com tudo quanto fazem.
- Que sejam sóbrios: Que sejam comedidos, moderados, despretensiosos, simples e discretos.
- Que sejam honestos: Que sejam moralmente sérios, honrados, dignos; homens que sejam íntegros e dignos de confiança.
- Que sejam hospitaleiros: Que recebam as pessoas com satisfação na condição de bons anfitriões, tanto de caráter pessoal como espiritual, tratando sempre com gentileza e cordialidade.
- Que sejam aptos para ensinar: Que possuam aptidão quanto à doutrina e conhecimento das Sagradas Escrituras, fonte de toda sabedoria vinda de Deus.
- Que não sejam dados ao vinho: Que não se deem à prática do uso de bebidas fortes; isto é, não deve ser alguém que se entregue à bebida.
- Que não sejam espancadores: Que não sejam rixosos ou violentos, mas homens mansos no trato.
- Que não sejam cobiçosos de torpe ganância: Que não sejam ávidos pelas depravações dessa vida, sendo homens não maculados pelos imoderados desejos de bens e riquezas mundanas.
- Que sejam prudentes: Que sejam regrados, se comportando com cuidado, evitando situações arriscadas ou perigosas para um homem de ministério.
- Que não sejam contenciosos: Que não sejam dados a disputas e discussões nem queiram impor sua opinião em qualquer circunstância, sendo equilibrados e refreiem os ímpetos indevidos de sua personalidade.
- Que não sejam avarentos: Que não sejam excessivamente apegados ao dinheiro, não alimentando paixão ou o hábito de juntar dinheiro de forma descomedida.
- Que governem bem a sua própria casa: Que sejam bons maridos e bons pais, conduzindo a sua casa dentro dos fundamentos da graça de Deus, com amor e mansidão.
- Que não sejam neófitos: Que não sejam novos na vida espiritual, que não tenham se convertido há pouco tempo e corram o risco de se ensoberbecerem, caindo na condenação do diabo.
- Que não sejam soberbos: Que sejam homens humildes, que não manifestem pretensão de superioridade; não sejam orgulhosos nem altivos, e tampouco dominados pela arrogância.
Vossos irmãos em Cristo,
O Conselho de Anciães